segunda-feira, 26 de agosto de 2013

PRELÚDIO




Amo quando você se denuncia através das demonstrações de humanidade!
Suas palavras me raptam da insanidade dos dias!
A nossa história é feita de sal e mel! 
Nem sempre é fácil lidar com as sutilezas.
Caminhar pelo tecido delicado do coração sem ferir demais, 
o campo já minado pelas experiências nem sempre felizes.
Você é habitante principal deste espaço amoroso e lúdico:
o altar do meu afeto. 
Me inspira e guia pelas veredas da tua alma grandiosa e poética!

Nathalia Leão Garcia

Rio, 26 de Agosto de 2013.


                                                                                    Dali The Bleedding Roses 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

SUPLICANTE




Olhe pra mim com olhar amoroso, observe as minhas qualidades!
Por favor não exacerbe os meus defeitos, sou humana!
Não resisto aos olhares mordazes e ácidos!
Um pouco de candura e mel adoça os dias,
nos dá substância nutritiva para continuar lutando!

Aquela dose de maciez e leveza tem que vir de quem se ama!
O mundo já é áspero o bastante, mastiga nossos sonhos e os tritura
em seu liquidificador implacável que reduz tudo a uma gosma indefectível!
Me leva pra passear nos seus jardins mais perfumados!


Nathalia Leão Garcia

Rio, 22 de Agosto de 2013



terça-feira, 20 de agosto de 2013

DIVAGAÇÕES



                                            
Boas intenções, bem querer e bem fazer são antídotos
para os males epidêmicos que se entranham.
A ética grita perante tantos absurdos.
Devemos ser a mudança que queremos no mundo.
Espero manifestar com a minha voz os mecanismos de cura interiores,
pois carregamos a doença e a cura em nós.
Faço prece com as sábias palavras de Caetano:
"Rapte-me camaleoa. Adapte-me ao seu Ne me quitte pas..."

Nathalia Leão Garcia 

Rio de Janeiro, 17 de agosto de 2013 


                                            "Esda e Rei Verde" - Dali

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

VERTIGINOUS


Why write about love?
Best is to live it!

Don´t be disappointed!
Sing for pain become a river!
Where our love will flow.

We´re fragile beings, completely nude!
Get involved in veils 
so as not die of cold!

The road has no shortcut
We must learn to tread
There is no safe way ...
I guide myself by feelings

Branch to branch
I keep myself safe
Losing myself to find you.


April 26 th 2012

Nathalia Leão Garcia

                             


sexta-feira, 16 de agosto de 2013

SER EM MUTAÇÃO

              


Este texto em prosa nasceu dos meus questionamentos e como uma luva se encaixa em minhas inquietações. Confesso a angústia pela responsabilidade que carrego por tantas escolhas. Tudo tem um preço, ficar no meio do caminho não é uma opção. As exigências e cobranças pesam. Sinto muitas vezes a fragilidade humana me pegando em cheio e os sentimentos ambíguos de orgulho, bravura, coragem oscilando com insegurança, medo e solidão que desgastam, machucam e moem. É estressante viver e  ainda tenho que lidar com o nível de satisfação que  me cobro. Não quero que seja em vão a minha luta. A existência é muito breve para não arriscar. Não há nada a perder quando a gente não tem garantias. Abro as minhas asas e confio no vento. Voo às cegas, não há alternativa. Preciso poder me olhar no espelho com inteireza. Enfrentar a timidez, a falta de jeito em lidar com as minhas próprias limitações.  Não tenho pudores em dizer que não sei as respostas. Nestes tempos pós-edipianos, não há a segurança do pai para me dar os limites, não tenho chefe, nem um Deus para me salvar, não tenho religião, não sou filiada a nenhum partido. Não há prisões nem grilhões. A liberdade tem prós e contras. Os que eu amo não me compreendem e é assim mesmo. Para estar junto não é necessário entender tudo.  Não somos adversários por versarmos em outras línguas. Há um mundo de diversidade e temos de ser tolerantes e inclusivos. Caíram os véus. A inconsciência não vai me salvar. Há esse sintoma indecifrável que me define e preciso assumi-lo como meu, um mal estar unicamente meu. Preciso me inventar e escolher como vou viver daqui para frente. O que passou não importa mais, faz parte da poeira do caminho. Não há padrão, o novo espreita e bafeja seu hálito de hortelã em meu rosto me provocando.  Não há felicidade por merecimento e sim por obra do acaso. Trombamos por sorte na felicidade dobrando uma esquina da vida. Sem aviso ela me surpreende num sorriso.  Quando os desafios parecem avassaladores vem a certeza não sei de onde e a luz está lá iluminando os meus passos. Se não há nada além das palavras, há um cheiro de novo no ar que nos espera com a necessidade de articularmos os nossos monólogos que não passam mais pela moral arcaica e sim pela ética. Isso  é o que me norteia. Na melhor definição lacaniana, troco a sensação de impotência pelo reconhecimento da impossibilidade de executar o que não é real! Uso a minha experiência, o instinto e minha subjetividade pra me guiar.  Sou responsável pela minha singularidade, não tenho ponto de referência, preciso legitimar a informação que me chega pelos poros, por osmose, acontecimentos no meu corpo que denunciam os traços desse ser incomum dessacralizado que compreende contradições. Esta sou eu, dinamitada pela incoerência. Não peço compaixão, não me proponho a lamber minhas feridas nem exijo empatia. Vou em frente mesmo sem saber aonde vai dar. Não tenho para onde ir nem rota de fuga. A viagem é interior. O riso e o gozo me libertam. Não me explico nem me justifico. Anjo ou demônio, apenas estou sendo, sou um processo individual.

Nathalia Leão Garcia

Rio, 17 de agosto de 2013


                                                 sarpedon-s-corpse-carried-away-by-sleep-and-death
                                             

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

AZUL DA COR DO CÉU


                                 
Parabéns Dani minha linda e querida irmã!
Sei que não estivemos tão juntas quanto merecíamos. 
mas o que importa é que estamos aqui unidas por tantos laços,
e abraços que se entranham na nossa história!
Quero te oferecer a minha luz que ilumina os traços!
As cores fortes que pela genética partilhamos.
Lembra os oceanos bravios que atravessamos?
As garrafas com bilhetes de SOS que lançamos?
Tudo isso nos diferencia e aproxima da glória! 
Somos sobreviventes de uma raça de amazonas.
Mulheres de fibra, de mel e fogo!
Desejo que seja feliz e a sua luta não seja vã!
Beijos doces!
Sua mana Nathy 


Nathalia Leão Garcia

Rio, 14 de agosto de 2013




                                                   Mandala by Marcelo Dalla http://www.marcelodalla.com

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

LABIRINTO ESSENCIAL



Benditas palavras libertadoras
Que me salvam da insanidade.
Preservam a minha essência intacta
Entoando preces benfazejas.

Sinto-me inteiramente revelada.
Sou parte desses fragmentos.
Matéria abortada de mim.

Caminho trôpega na rota do etéreo
Passos despedaçados lamentos
Na minha torre de marfim encarcerada
Intuo o profundo mistério

Indeléveis sonhos de carmim
Com gosto de cólera me beijas.
Porque são amargos os fins?

O ego se esgota em si mesmo.
A ética parece uma paisagem nua.
Não me deixo seduzir pelas luzes
Fugazes armadilhas a esmo.

Minha alma se esvai desperdiçada.
Desertos e realidade crua.
A lágrima que percorre meu rosto
Conhece as trilhas das rugas.
Não me permito me perder nas fugas!

Soterrada nos confins intocável
Pelas catacumbas marcadas pelas cruzes
Protejo o meu recôndito tosco..

Pudesse eu retomar as minhas próprias rédeas
E sobreviver à provocação da rua.
Mas sou um cavalo de fogo indomável.

Nathalia Leão Garcia

Rio, 10 de agosto de 2013






















Quadro “Angústia”, de David Alfaro Siqueiros

REMINISCÊNCIAS E ESCRIVIVÊNCIA

                 Carrego em mim a doce lembrança de minha avó materna que me criou. Ela partiu cedo desta vida, mas me deixou de herança s...