sexta-feira, 13 de setembro de 2013

IN-SUSTENTÁVEL





Eu canto as notas solitárias deste poema.
Encanto palavras de um mantra ritual.
Meus versos vertiginosos
Provocam tremores e anunciam tormentas.

Insuportável a dúvida lancinante dilacera
Fatia as horas em mil pedaços
Caleidoscópio do tempo cruel.
Minha força rasteja nos submundos.

O que me traz prazer?
O que me rouba a paz?
Quem decifra meus enigmas?
A desalmada humanidade sabe não.

O dialeto da alma é feito de sutileza.  
Requisita especiais habilidades
O silêncio revisita a suavidade e a contemplação.
A intimidade é vizinha da delicadeza.

É preciso aquietar o coração.
Pra suportar a dor existencial infinita
As coisas não são como se quer.
Tomo o cálice amargo de fel.

A compreensão interior me legitima.
Minha parca autoconfiança
As asas frágeis tremem ao voar
As raízes tortas, malformadas.

O medo espreita nas sombras
O vento forte debulha as folhas.
Como um delicado bambu me curvo aos vendavais.
Mas meus ossos não se quebram, são maleáveis.

A vontade e a teimosia são maiores.
Assim ultrapasso meus limites, rompo as fronteiras
Mas não atraco nos portos, não alcanço as margens.
A busca e o frio não são confortáveis.

Sigo o caminho errante, desequilibrado.
A prospecção de terrenos agrestes interiores.
A luz sutil é o que me guia na cega indignação
Aguça meus sentidos pra que eu alcance a pureza.
Transformando toda essa incerteza em doce aceitação.

Nathalia Leão Garcia
Rio, 13 de setembro de 2013. 

                                                             Fra Angelico - Annunciation

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

METAMORFOSEAR



No novo tempo, apesar de tudo
a primavera chega aos nossos corações 
animando a alma em flor
potencializando as nossas forças
alimentando a nossa colheita 
Hora de finalizar os contratos
tempo de se abrir para novas canções
Que a vida se encha de cor!
Que a luz se espalhe nos nossos passos!
Viver e fluir com as mudanças
Essa é a minha prece para celebrar emoções!
Coragem para dizer que sobrevivi aos temporais!
Sem máscaras, sem plásticas,
estampando meu melhor sorriso!
No novo tempo!


Nathalia Leão Garcia


Rio, 6 de Setembro de 2013.




quarta-feira, 4 de setembro de 2013

TRACCE



I nostri timori non possono resistere le scogliere.
Sono strade strette che conducono a momenti felici.
Terreni duri e ripidi questa passeggiata
insegnaci a confidare il vento che chiama.
Gli istinti ci guidano in questo viaggio.
Poesia ricopre il delicato tessuto delle emozioni
traducendo i segni e le tracce
Ci strappa dalle vecchie cantine.
Aprire le finestre per la luce del sole
attraversamento giorno
e denuncia la nostra umanità.


Rio 04 settembre 2013.

Nathalia Leão Garcia 


Vicent van Gogh - Campos de trigo

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

COR- AGEM AÇÕES COM O CORAÇÃO




Pensando eu estava hoje sobre como é muito mais fácil amar as pessoas simpáticas, politicamente corretas, vitoriosas, cheias de sucesso. Difícil amar alguém como eu e você, somos tortos, politicamente duvidosos, erramos pelo meio do caminho, pegamos atalhos, nos perdemos, não temos certeza de coisa nenhuma, damos nossos ataques, explodimos as pontes, nos enfiamos em cada buraco..., travamos uma luta selvagem com as nossas compulsões e sabotadores internos, ufa!!!
Solidão do ego, ah se eu tivesse isso!!!! Meu ego grita, esperneia, se oferece ao escárnio e eu ainda tento fazer piada e rir do meu ridículo! Tá certo que sou péssima pra contar piada, sou desajeitada geral! Mas adoro rir de tudo e até de mim mesma patética, me preocupando com tudo!
Meus queridos amigos, da minha forma mais torta, lesada e sem jeito digo que amo cada um com as suas imperfeições e todo o pacote de doçuras e travessuras! Todo o meu jeito desorientado de ser dá uma pista do porque enfio os pés pelas mãos, me perco, xingo, me rebelo. Isso faz parte da minha passionalidade, esse sangue latino e incontrolável que ostento! O cavalo de fogo que me habita me absolve e pede humildemente, dê uma chance aos que não ocupam os primeiros lugares nos pódios e palcos!

Nathalia Leão Garcia 

Rio de Janeiro, 31 de agosto de 2013 




REMINISCÊNCIAS E ESCRIVIVÊNCIA

                 Carrego em mim a doce lembrança de minha avó materna que me criou. Ela partiu cedo desta vida, mas me deixou de herança s...