domingo, 20 de abril de 2014

CONTO DE SAUDADE E GRATIDÃO


Eu morava com a minha avó materna que me criou desde

pequena e me ensinou o que é o amor e o que tenho de

melhor em mim. Cresci em Copacabana e sempre 

quando ia à praia com minha mãe e minha irmã mais nova

costumava levar um baldinho de água do mar para a minha 

avó se banhar na banheira lá de casa. Esse ritual era uma 

fonte imensa de alegria. Quando chegava da praia vovó 

esperava o baldinho com água do mar que eu derramava 

sobre ela na banheira como se a cobrisse com o meu amor e 

gratidão. A imaginava como uma Deusa e que aquela água a 

mantivesse imortalizada! Um dia após a sua morte aos meus 

9 anos,  esqueci e trouxe o baldinho com a água do mar pra 

casa buscando-a como de costume e me dei conta naquela 

hora da sua ausência física. Mas a trago no meu coração por 

toda a minha vida e a irrigo com a água sagrada das minhas 

lágrimas de amor e gratidão! Ela será eterna em mim pra 

sempre! 




Boa Páscoa e celebração da ressurreição da memória 



amorosa imortal! 

Nathalia Leão Garcia 





sábado, 19 de abril de 2014

DRIBLE ARRISCADO


A poesia é meu divã.


Dialética com as dores.


O risco é eterno.


Não há apólice de seguro

que nos proteja da solidão.





Nathalia Leão Garcia


Rio, 19 de abril de 2014 



                                        Kandinsky Movimento 1 1935

ENIGMA




Amor não rima com apego.

Não vira hábito.

Não se conjuga com medo

Não se ama por gratidão

Nem serve como moeda de troca.

Não é compensação por dívida.

Não se demora no sossego.

O amor descompõe a crença.

Desalojado não pede abrigo.

Escolhe instalar-se sem licença.

E subverte os códigos da vida.



Nathalia Leão Garcia

Rio, 19 de abril de 2014



quinta-feira, 10 de abril de 2014

SINFONIA DE OUTONO



Seus matizes provocam reflexões.
A brisa morna do outono bafeja a nuca.
Evocam sonhos adormecidos 
Desejos por dias mais felizes
Que espreitam na escuridão dos dias sem canção. 



Nathalia Leão Garcia



Rio, 10 de abril de 2014. 



REMINISCÊNCIAS E ESCRIVIVÊNCIA

                 Carrego em mim a doce lembrança de minha avó materna que me criou. Ela partiu cedo desta vida, mas me deixou de herança s...