sexta-feira, 5 de setembro de 2014

AS MANHAS DO TEMPO



O tic- tac das horas no vento.
A passagem do tempo encerra as dívidas.
Me pego indagando os porquês e as metades
Os pontos de interrogação e as dúvidas.

Despeço-me das verdades.
O preço do passar do tempo
me cobra a marca das saudades.

Caem os véus das certezas.
Fico nua e transparente.
Debulho-me em sutilezas.

No encontro com o incerto porvir 
Minha alma pela angústia dilacerada
Desfruta do que posso decidir.

Desato-me dos grilhões das miudezas
Alço vôos desnuda e desatada.
Ofereço ao tempo as minhas grandezas.

Lanço-me à  liberdade da incoerência
A dádiva de mudar de opinião
Não é confortável ter consciência
A conquista do tempo se transforma em libertação.


Nathalia Leão Garcia

Rio, 06 de setembro de 2014. 


DESAGUAR SEM FIM


A menina de 18 anos que fui um dia
intrépida e carregada de certezas.
habita ainda os meus confins.
É minha conselheira por ironia.

Sou a versão que emergiu das correntezas
Sou como um rio de muitos afluentes e atalhos.
Esses braços são navegáveis e calorosos.
Perdi pelo caminho as certezas.
Me traio pelos atos falhos.

Sobrevivi aos abalos e dias chuvosos.
Aprendi a me salvar.
Já não espero no fim da tempestade
a minha mãe Búlgara vir me buscar.

Na minha história não tem príncipe
A madrasta é um anjo de bondade
Uso a poesia  pra me proteger .
A cada passo exercito o desapegar
dos medos que me paralisavam.

A gente é feito pra sonhar!
A gente não é feito pra temer, 
mas pra caber no mar!


Nathalia Leão Garcia
Rio, 05 de setembro de 2014


REMINISCÊNCIAS E ESCRIVIVÊNCIA

                 Carrego em mim a doce lembrança de minha avó materna que me criou. Ela partiu cedo desta vida, mas me deixou de herança s...