Há algo de muito podre
por traz de todas essas estórias das manifestações que desaguaram nessa
terrível tragédia que vitimou o jornalista no Rio. As raízes estão arraigadas
no berço de uma sociedade sem valores. O rapaz hoje preso e acusado de ser o " ir-responsável" por acender o rojão atirado a esmo contra a multidão, vive com a
família de forma miserável e está obviamente
sendo lançado como “ testa de ferro “ para encobrir os verdadeiros culpados protegidos pelos podres poderes subterrâneos.
Glamourizados os movimentos de protesto,
defendidos os “inocentes” desesperançados que participam de “rolezinhos” inócuos, aliciados jovens humildes
e ignorantes para fazer “volume” nestes “desfiles de zumbis” escravizados por
ideologias insanas. Black blocs, vândalos, guerrilheiros, ativistas, razões sem
sentido legitimam a explosão de ódio. Lutamos tanto para agora vermos a imprensa livre ser amordaçada e calada
à força por delinqüentes mal intencionados? Como acessar a informação e formar
a nossa própria opinião se nos vendem “ verdades irracionais?
É absolutamente inadmissível que fiquemos
calados diante de toda essa barbárie. As explicações que nos são empurradas
goela abaixo apontam para uma impensável e surreal situação de que os jovens,
filhos da nossa sociedade doente apenas se divertem com seus brinquedinhos, num
cenário dantesco em que manejam artefatos de guerra por pura falta do que fazer!
Atacam o patrimônio público e privado, ferem e matam pessoas por acidente,
destroem e barbarizam por brincadeira!
Pelo amor de Deus, como eu mãe e educadora, membro desta sociedade posso dormir com o
barulho da culpa por omissão que martela
na minha cabeça ? Não posso simplesmente me calar covardemente e assistir
este desfile de selvageria e irresponsabilidade ceifando vidas, abortando
sonhos, destruindo a alma humana que se deteriora com a falência da consciência,
da ética, dos valores e do senso de respeito ao outro. Não vou aceitar isso
nunca e conclamo a todos a nos rebelarmos numa resistência à civilidade!
Precisamos dar um basta a essa farsa de civilização! Que filhos estamos oferecemos
ao mundo? O que estamos contribuindo para a perpetuação deste status de
criminalidade indiscriminada e epidêmica? Não podemos encobrir a doença que se
instala no seio das instituições e tem por nascedouro a família, o ninho fúnebre
deste mal. Proponho reflexão e ação efetiva, sair da inércia para combater a
violência e responder à pergunta que não quer calar:
foi em vão a morte do cinegrafista/ jornalista Santiago Andrade?
Nathalia Leão Garcia
Rio de Janeiro, 12 de fevereiro de 2014