terça-feira, 4 de outubro de 2016

GRÃO

Quem sou eu para perdoar?
Que atire a primeira pedra 
quem nunca pecou, errou, se equivocou.
Os afagos de alma vou trocar.
Trilhar o caminho do agora eu vou.
Rumo coado das frustrações e demais entulhos
que não tenho que carregar!

Não tive vontade contida.
Sou uma sobrevivente sem certeza.
Uma alma perdida,
nadando contra a correnteza 
em círculos na vida.
Após anos passados .
O que encontramos?  
nossos velhos medos revisitados.

A busca por respostas ainda me comove!
Reconheço os meus defeitos, 
numa tentativa de expurgo o que me move.
Admitir a tendência a mitomania 
que se vira contra mim de muitos jeitos, 
pois é compulsiva a fantasia!

Sou viciada em mitificar, fantasiar, 
me iludo e crio um universo paralelo!
Compulsivamente quebro a cara sem parar!

Apenas peço que não julgue meus caminhos tortuosos!
Minha humanidade não sobrevive as lentes de aumentos,
aos tribunais da inquisição impiedosos...
Sou uma coleção de idiossincrasias e tormentos,
miríades de sonhos e poeira cósmica de sentimentos.

Estou aprendendo a lidar com a solidão,
Tenho alguns amigos que atravessam os anos,
A distância e a dissonante opinião, 
A urgência das tarefas cotidianas esmagam nossos sonhos.
Mas não matam a minha fome de comunhão.

Nathalia Leão Garcia
Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2016



REMINISCÊNCIAS E ESCRIVIVÊNCIA

                 Carrego em mim a doce lembrança de minha avó materna que me criou. Ela partiu cedo desta vida, mas me deixou de herança s...