quarta-feira, 18 de junho de 2025

MEMÓRIAS DO SUBTERRÂNEO

 Talvez não me reste nada além de manter a mentira da felicidade fácil,

das juras de amor mais deslavadas.

Desavergonhada farsante.

É burlesco o esforço!

Não e culpe por me apegar ao patético faz de conta!

Queria poder me satisfazer em ser livre.

Por que preciso disto?

Sustentar esse sorriso circense?

Comprei essa felicidade de comercial de pasta de dentes.

Cansei de nadar contra a correnteza.

Por que os rios não têm margens onde eu possa me agarrar?

Por que não há portos onde eu possa atracar?

Sou uma náufraga exausta

Desisto do apego e do afago falso.

A rotina corrói as paixões fugidias.

Minha cabeça é povoada por mitos e ideais irrealizáveis.

O meu corpo cumpre obediente a mecânica dos dias.

O altar que esconde a mortalha da alma.

É o sepulcro dos sentimentos.

 

Rio de Janeiro, 18 de junho de 2025.

 


MEMÓRIAS DO SUBTERRÂNEO

  Talvez não me reste nada além de manter a mentira da felicidade fácil, das juras de amor mais deslavadas. Desavergonhada farsante. É...