sábado, 20 de outubro de 2012

DEVANEIOS



Certos concertos nos desconcertam.
A ilusão da certeza vã.
Pra enganar a crueza vazia.
Pra quê disfarçar a tristeza?
Disfarça a tez pra aliviar a palidez.
Sorrateira a preguiça rouba os sonhos.
Buscar a felicidade demanda suor e esforço.
Sorrisos e lágrimas colorem meu rosto.
Proponho expor as veias e as vias.
Luto como mulher e filha da falta.


Nathalia Leão Garcia 


Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2012



2 comentários:

  1. "filha da falta"
    é belo,
    melhor do que devaneios,
    singelo.
    e é uma frase poética,
    hermética.

    escrever para mim é escrever muito,
    cem vezes ou mais uma mesma pauta.
    perceber o que falta.
    e o que está demasiado
    está errado.

    errado de lugar,
    de tempo, de rima pedindo
    o silêncio.
    a caricia de deixar,
    o leitor completar,
    nos completar,preencher
    o que nos falta saber,
    só ele pode ver.

    é bom citar a obra que ilustra,
    é um mestre do expressionismo.

    bizu

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  2. Ok Ivan!
    A obra postada acima é a "Madona" de Edvard Munch.
    Pintor que eu adoro pela forma como expressa as almas atormentadas, acredita-se inclusive que ele sofria de transtorno bipolar. Amo também "O Grito" do Munch também que ilustra a minha outra poesia " A Liberdade tem Preço" .
    Obrigada pelos comentários!
    Namastê!

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Namastê!

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