Deusa Héstia
Onde foi que perdi aquele olhar?
Quando desisti da esperança?
Talvez tenha sido um sonho
Um lugar distante há anos luz
Num breve instante de descuido
Ou num piscar de olhos displicente
Larguei a fé pelo caminho sem fim.
Mas ficou tudo tatuado na memória
A impressão
digital do meu viver.
Na viagem
astral fora do meu corpo
Visitei o que fui ou o que restou de mim.
Mesmo que seja uma miragem.
Me recuso a abandonar a mortalha do cansaço.
Faço rebelião contra o destino.
Meus passos eu mesma traço
Não sigo a massa!
Bendigo a liberdade que alcanço.
Luto pelo espaço para minha alma.
Não me escondo nas sombras, prefiro a luz.
Não abro mão dos meus valores.
Sou pura, nua e crua.
Me exponho lenta e calma.
Renasci das cinzas das dores.
Corro com o vento e me reinvento.
Sou errante e errática.
Gosto de andar descalça.
Acordo cantando o hino
A maturidade me trouxe todas as cores.
Vôo com os pássaros e namoro os azuis.
Me colo nos fragmentos do que ensino.
Encontro um colo que me abriga.
O que busco me abraça.
Nathalia
Leão Garcia
Rio de Janeiro, 12 de outubro
de 2013
Pablo Picasso - Mulher com livro 1932
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Namastê!