Amar é precipício
Uma queda, uma vertigem.
Não há preparo prévio.
Somos iniciados sempre virgens.
O amor é rebelião desde a origem
É ele quem nos escolhe de início
sem pressa pra sua morada.
Se apossa da nossa alma como vício.
O amor não é escolhido
Seu preço é o desajuste
O desconserto é consentido.
E a perda das certezas embute
Não possui nem é possuído.
Quem retorna do amor desprevenido?
Visita as suas terras desavisado
se perde nos seus desertos e é punido?
Ainda retorna desse território desconhecido.
O amor tece o tom da vida
Desvela a epifania do destino
Subverte os códigos da partida
Mergulha fundo no desatino.
Nathalia Leão Garcia
Rio, 4 de dezembro de 2014
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