quarta-feira, 20 de maio de 2015

RÉQUIEM AO SEM SENTIDO



Hoje eu uso este espaço para expor a céu aberto a indignação.

O desabafo lúcido que dá voz a todos nós cidadãos sitiados pelo medo, pela falta de segurança, pela ausência da atuação do poder público que nos ampare e proteja em troca de impostos abusivos, escorchantes e extorsivos!

Esse é o clamor de um povo que vive num mundo doente, à margem da sociedade, à margem de uma cidade partida e esfaqueada a troco de nada!

Ostentamos as nossas roupas manchadas pelo sangue e pelas lágrimas de cidadãos de todos os cantos dessa cidade que só querem viver seus sonhos em paz e harmonia, criar seus filhos, trabalhar e estudar.

Gritamos a dor de cada família em luto por seus mortos e pela morte do sentido.

“ Bom dia, 
O rio amanhece com mais uma notícia de assalto seguido de morte.
Bom dia?
Pra quem especificamente?
Para meus amigos psiquiatras, que provavelmente, nunca tiveram os consultórios tão cheios de pacientes, com diagnóstico de transtorno de ansiedade e síndrome do pânico?
Bom dia?? 
Pra você que  tem filho em idade escolar, e fica preocupado se no trajeto casa-escola, ele será assaltado?
Bom dia?? 
Para vc que luta, trabalha, estuda, paga os seus impostos, sustenta sua família e pode ter os seus sonhos e vida roubada a qualquer momento?
Não, Bom dia! pra vc!!!
Que acorda, assalta, mata, rouba, estoura e vira manchete de todos os jornais mais importantes do Brasil.! 
Parabéns!
Enquanto isso... nós vítimas, vivemos um abismos de inversão de valores, a margem da sociedade, a margem de uma cidade, que um dia... já foi maravilhosa.”
 Maria Claudia Lima

Rio, 20 de maio de 2015.

Nathalia Leão Garcia 

                                                  O Grito - Edvard Munch

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