#AgoraÉQueSãoElas é um movimento nas mídias pela ocupação de
espaços e protagonismo nas discussões pelas mulheres.
Essa é a provocação que me fez abrir a boca e gritar
pela vida das mulheres. Pela luta do direito de ser mulher é inadmissível o
retrocesso absurdo que sofremos com a perda de espaços conquistados à duras
penas.
Refiro-me aos tão recentes episódios em que mulheres
são discriminadas por inúmeras banalidades, preconceitos raciais, de gênero,
políticos, mães sofrendo repressão e repúdio por amamentarem as suas crias em
público!!!????
Atitudes retrógradas fundamentalistas nos condenam
ao retorno às trevas. Precisamos reafirmar posições negociadas no tranco
debaixo de saraivadas de cretinices de toda a ordem!
Assim devemos propagar denúncias de violência, de
abusos sexuais, pressões psicológicas, assédio moral e toda a sorte de barbárie
que proliferam neste planeta em estado de crise por todos os cantos.
Que mundo é esse????
Sofri pessoalmente muita discriminação por ser mulher,
trabalhando no meio de homens e muita das vezes pelas próprias mulheres machistas.
Trabalhei com viagens, obras, amamentei meu filho
por 1 ano e 2 meses e “fiz ouvido de mercador” para observações do tipo , “amamentar
é coisa de pobre” , “ o peito da mulher que amamenta cai” e outras
bestialidades!
Morei sozinha durante muito tempo em minha vida, desde
os meus 21 anos até meu primeiro casamento e após a minha separação, durante 15
anos. Ostentei a liberdade indecente de ser mulher. Paguei um preço altíssimo
por cada escolha e sei que nunca é fácil.
Sempre discuti os parâmetros, fui criada por
mulheres fortes e sozinhas que foram as protagonistas na minha vida, enfrentaram
barreiras e empunharam bandeiras para se equilibrarem nesta existência.
Não tive filhas e a convivência com outras mulheres
é bastante dificultada pelas pequenas vilezas, picuinhas e ciumeiras de quem sobrevive
na competição por atenção.
Mãe, tias,
avó, irmãs, sobrinhas, sogras, vizinhas, colegas de trabalho que não se unem.
Sempre me recusei a perpetuar este ciclo vicioso.
Apelo hoje para a nossa vã racionalidade e pelo que
nos resta de características humanas para que ocupemos espaços para refletir
sobre o nosso papel de fêmeas na mídia, na sociedade, na política, na cidadania
e na consciência planetária de um modo geral.
Posicionamento e resistência para manter a
democracia e a dignidade.
E você vai ficar aí parada, dinamitada pela
impotência?
Somos filhas da revolução feminina !
Nathalia
Leão Garcia
Rio, 04 de novembro de
2015.
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