Sou como as tempestades
Adormeço calmarias nas tardes
Anoiteço tormentas e paixões.
Esperam que eu mantenha a temperatura
Escolha os temperos mesmo impura.
Contenha sensações
Burile os turbilhões
Inconsciência inconstante
Sou meio mutante
Inesperada e instável canção
Sou fogo de palha
Quando se espalha
ninguém junta não.
Não me rendo
Varo noite adentro
Travando batalhas incontáveis.
Sonhos delirantes em evocação.
Sou guerreira sem fé
Erro pelos caminhos a pé
Não me acho nos atalhos da oração
Destrono o meio mais fácil das trilhas.
Enalteço as tortuosas vidas das filhas.
Descontroladamente insignificante
Intolerante e detestável
para o que considero ignóbil.
Não são puros os meus dias
Não são audíveis os meus ais.
Que me perdoem as intempéries.
Sou contradição e contramão.
Quixote por desvarios em série.
Luta inglória e inconfiável.
Não sou vulgar nem singular
Sou plural e incomunicante.
Bárbara mas não banalizante.
Insana como a volúpia.
Desatino com meu grito e luxúria
Que me faz fera ambulante.
Indubitavelmente fugaz e incessante.
Não espere de mim candura
Nem que eu aja com doçura
Não sou feita pro seu abraço
Meu caminho eu mesma traço.
Nathalia Leão Garcia
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