terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

DESABAFO


Falo hoje sobre a insanidade das pessoas. 
Sobre o desrespeito ao ser humano.
 A pouca importância que se dá aos semelhantes
 em especial quando eles já não estão entre nós. 
À título de desabafo, mostro aqui a minha indignação 
contra a falta de respeito pela memória de meus amados entes queridos 
que já se encontram em outro plano e merecem descanso e paz! 
Para que permaneçam em paz e na vida eterna de luz! 
Meu amor incondicional e minhas preces à minha avó Nadyr Arêa Leão, 
meus tios Danilo Arêa Leão e Amílcar Arêa Leão, 
meu pai Eduardo Garcia de Souza e à minha mãe Norma Arêa Leão. 
Eu prometo defendê-los e preservá-los dos pusilânimes e insanos, 
os sem coração, inertes, sem alma, sem ética, impenetráveis e insensíveis! 
Deixemos livres os mortos, não profanemos as suas memórias! 
Não perturbemos o sono profundo dos inimputáveis 
que não estão mais encarcerados nas mentiras e disfarces!  
A vida não é vã! 
O corpo carrega as tradições inúteis,
a alma liberta das fidelidades perversas! 
Traio estas tradições que ocultam a navalha 
que fere profundamente a minha lealdade a minha raiz!  
Repudio os comportamentos levianos! 
Não me encaixo nos seus planos! 
Sou livre para professar o meu amor! 
Chega dessa cantinela de terror! 
Danem-se os seus protocolos! 
Não me fio nas suas sendas de falsidade! 
Daqui por diante declaro-me desnuda e desatada da maldade! 
Quero colos que me acolham e não me cobrem temor! 
Braços que enlacem e mãos que afaguem e não finjam calor! 
Família é a que se faz presente! 
Não aquela emoldurada no riso que mente!  
Precária mente distorcida e miserável! 
Deixo aqui o meu escárnio e repúdio infindável! 

Nathalia Leão Garcia
Rio de Janeiro, 2 de fevereiro de 2016 

                                                   A Morte de Marat

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

#MeuPrimeiroAssédio

Assédio X Maníacos Perto das Escolas. Infelizmente os relatos de assédio se repetem e
a monotonia torna ainda mais lamentável. Porém é hora de denúncia e de lavarmos a
alma. Meu primeiro assédio (ou o que me lembro em primeiro lugar) foi quando tinha
uns 11 anos e foi na porta da Escola Municipal Roma onde eu estudava com a minha
irmã desde os 10 até os meus 14 anos. Fui sozinha para a escola atrasada, pois minha
mãe com a minha irmã mais nova estavam no Hospital Miguel Couto para uma consul-
ta ao oftalmologista. A Praça do Lido onde fica a Escola Roma após a entrada dos alu-
nos costumava ficar deserta e não havia qualquer sinal de segurança. Eu estava unifor-mizada com a saia plissada azul e camisa branca e caminhava pela rua detrás da escola quando um homem de uns 35 anos, aparentemente frágil e doentio se aproximou de
mim para pedir alguma coisa baixinho que não entendi. Ele calmamente repetiu que
queria “uma punheta”. Como era muito inocente não conhecia aquela palavra, pergun-
tei-lhe o que queria dizer . Ele respondeu mostrando o fecho éclair da calça jeans entre-aberto que “queria que eu segurasse o seu pau”. Apavorada com aquela violência ator-
doante só tive a iniciativa de sair correndo e atravessar a rua no meio dos carros em di-
reção à praia. Um medo indescritível me emudeceu , só sentia a boca seca, o grito para-
lisado na garganta, vontade de chorar. Só mais tarde tive coragem de contar a minha
mãe. Tive diversos pesadelos seguidos com essa situação. A estes se somaram outros
assédios em que aprendi a reagir agredindo os tarados, seja com gritos, desaforos ou arremessando a prancheta que levava comigo principalmente quando tinha que pegar
ônibus para ir a escola. Lembro de muitas cenas em que ataquei os nojentos com o que
tinha na hora para me defender. Ainda hoje carrego na bolsa sempre um chaveiro pesa-
do que funciona como um amuleto e me dá a sensação de proteção. Os covardes não se intimidam e atacam as vítimas em muitas situações e em pleno dia. Aprendi com a
minha mãe a partir pra cima e reagir com socos e gritos aos agressores que contam com
o silêncio e vergonha das suas vítimas para agir descaradamente. Não temos como nos tornar invulneráveis a eles a não ser que façamos escândalo! É doloroso falar sobre es-
se assunto. Mas sinto-me mais aliviada quando vejo que os meus traumas são comuns
a outras mulheres e meninas. É assustador ver que esses pervertidos são onipresentes
na história de nossas avós, tias, mães, sobrinhas , filhas, primas, vizinhas, amigas e co-
legas de trabalho, faculdade e colégio, atravessando gerações e séculos sem fronteiras definidas nem países imunes. A cultura machista permeia os continentes e nós mulhe-
res temos que nos posicionar e lutar para que nossos apelos não caiam no esquecimen-
to e banalidade.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

EU LUTO COMO MULHER


#AgoraÉQueSãoElas é um movimento nas mídias pela ocupação de espaços e protagonismo nas discussões pelas mulheres.

Essa é a provocação que me fez abrir a boca e gritar pela vida das mulheres. Pela luta do direito de ser mulher é inadmissível o retrocesso absurdo que sofremos com a perda de espaços conquistados à duras penas.

Refiro-me aos tão recentes episódios em que mulheres são discriminadas por inúmeras banalidades, preconceitos raciais, de gênero, políticos, mães sofrendo repressão e repúdio por amamentarem as suas crias em público!!!????

Atitudes retrógradas fundamentalistas nos condenam ao retorno às trevas. Precisamos reafirmar posições negociadas no tranco debaixo de saraivadas de cretinices de toda a ordem!

Assim devemos propagar denúncias de violência, de abusos sexuais, pressões psicológicas, assédio moral e toda a sorte de barbárie que proliferam neste planeta em estado de crise por todos os cantos.

Que mundo é esse????

Sofri pessoalmente muita discriminação por ser mulher, trabalhando no meio de homens e muita das vezes pelas próprias mulheres machistas.

Trabalhei com viagens, obras, amamentei meu filho por 1 ano e 2 meses e “fiz ouvido de mercador” para observações do tipo , “amamentar é coisa de pobre” , “ o peito da mulher que amamenta cai” e outras bestialidades!   

Morei sozinha durante muito tempo em minha vida, desde os meus 21 anos até meu primeiro casamento e após a minha separação, durante 15 anos. Ostentei a liberdade indecente de ser mulher. Paguei um preço altíssimo por cada escolha e sei que nunca é fácil.

Sempre discuti os parâmetros, fui criada por mulheres fortes e sozinhas que foram as protagonistas na minha vida, enfrentaram barreiras e empunharam bandeiras para se equilibrarem nesta existência.

Não tive filhas e a convivência com outras mulheres é bastante dificultada pelas pequenas vilezas, picuinhas e ciumeiras de quem sobrevive na competição por atenção. 

Mãe, tias, avó, irmãs, sobrinhas, sogras, vizinhas, colegas de trabalho que não se unem. Sempre me recusei a perpetuar este ciclo vicioso.

Apelo hoje para a nossa vã racionalidade e pelo que nos resta de características humanas para que ocupemos espaços para refletir sobre o nosso papel de fêmeas na mídia, na sociedade, na política, na cidadania e na consciência planetária de um modo geral.

Posicionamento e resistência para manter a democracia e a dignidade.
E você vai ficar aí parada, dinamitada pela impotência?

Somos filhas da revolução feminina !

Nathalia Leão Garcia 
Rio, 04 de novembro de 2015. 







    

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

TUDO O QUE EU QUERIA TE DIZER PAI


O que faltou de ti
Eu queria dizer-te com simplicidade
O quanto sinto a tua falta.
O que sobrou de ti
Esse mar de saudade
Desaguou em mim
Nessa noite líquida da cidade.

O que faltou de ti
Para compreender
Toda essa similaridade
Sem me perder de ti.
Adotei as tuas risadas
E as tuas palavras mais inspiradas.

O que sobrou de ti
Nessa busca pelas tuas pegadas.
O que faltou de ti
Para eu desenhar a minha história
Reescrevo teus abraços com a minha doçura
Que te ofereço em memória
Mapa de signos da minha loucura
Pra te achar
no inventário da minha bravura.

O que faltou em mim
Pra te dizer
O que sobrou em mim
Pra te amar
O que faltou de ti
Pra não me perder
O que sobrou de ti
Pra me completar

Longe de ti
Trago em mim o teu olhar
Pra te perguntar
O que sobrou de ti?

O que faltou de ti
Vive eternamente em mim
Nada se calou
Na sua ausência
O som da Bossa Nova
Vibra e dança em mim.

O que fazer sem ti?
Tenho paciência
Pra esperar por ti
Quando poderei te dizer
Que te carrego em mim
Eternamente como uma menina
Você povoa meus sonhos de infância.

O que faltou de ti  
Hoje me ensina
Tudo o que quero te dizer
O que sobrou de ti
Perfuma o campo florido
Sopra no vento o meu beijo de criança.
Pra te dizer te amo papai querido!


Ao meu pai Eduardo Garcia de Souza

Nathalia Leão Garcia 
Rio, 07 de agosto de 2015. 

                                             


















Eu e meu pai em 1990               


sexta-feira, 3 de julho de 2015

A CURA PELA PALAVRA

Li este texto primoroso que revela as nuances dessa revolução na medicina! Eu sou a prova viva de que "as palvras curam" ! 
Em 2012 iniciei meu próprio Blog de Poesia  " Atrevida à Flor da Pele" com o intuito de curar-me da insônia, melancolia, solidão, depressão, desamor, saudade e da própria loucura dos dias de hoje. 
Três anos depois posso dizer que boa parte dos males que me afligiam se aquietaram, aprendi a lidar com eles e toreá-los com a sedução das palavras. A palavra me deu as ferramentas para domar os inimigos, negociando com a dor uma trégua.
Divido com vocês a ideia levada a cabo pelo apaixonado livreiro português José Pinho que criou com outros " loucos amantes da poesia" uma vila literária na pequena cidade de Óbidos onde livros "são receitados como remédio para muitos males da alma." 
Toda a minha vida desejei a popularização desta medicina literária da qual me sirvo desde pequena. Aqui no Brasil seria um antídoto à ignorância, à intolerância religiosa e de gênero, à impaciência, à desesperança e muito mais...
Com amor e poesia!

A Cura pela Palavra 
A boa poesia acende clarões no cérebro
Há dois anos, surgiu na Inglaterra um curioso objeto literário, "The novel cure", que poderíamos traduzir como "A cura pelo romance". O livro, da autoria de Susan Elderkin e Ella Berthoud, tem como subtítulo "An A-Z of literary remedies", ou seja, "Um receituário literário de A a Z". A ideia é muito boa: receitar literatura para um vasto leque de males, da melancolia e depressão ao excesso de peso.
O livreiro português José Pinho, um dos proprietários da bonita e extravagante livraria lisboeta Ler Devagar inspirou-se no livro de Susan Elderkin e Ella Berthoud para criar um projeto ainda mais arrojado: uma farmácia literária. A farmácia deverá funcionar no átrio de um futuro centro de medicinas alternativas, a instalar num velho hospital de Lisboa, atualmente desativado. O paciente dirige-se ao farmacêutico literário (biblioterapeuta), dá conta das suas queixas, e recebe o remédio ou remédios, dois ou três livros, que poderá utilizar ali mesmo, comodamente instalado num dos quartos da instituição, ou levar para casa. Parece o devaneio feliz de um sonhador, e é, com a diferença de que José Pinho leva os sonhos a sério. Foi dele a ideia louca de transformar Óbidos, pequena e belíssima povoação histórica, cercada de muralhas, a 70 quilômetros de Lisboa, numa vila literária, com 11 livrarias, instaladas nos locais mais insólitos, desde uma antiga igreja a um mercado de frutas. Os principais compradores são os milhares de turistas brasileiros que visitam a vila e ficam encantados com as livrarias.
Há alguns anos publiquei um conto numa revista literária sobre uma senhora que receitava poesia como tratamento para todo o tipo de males. Serviu-me de modelo para a personagem uma vizinha belga que, quando eu era criança, lia versos, em voz alta, para as flores do seu jardim. Eu via-a, em certos fins de tarde incandescentes, passear ao longo do muro, com um livro aberto entre as mãos. Detinha-se aqui e ali, para recitar, debruçada sobre o fulgor das rosas, sonetos em francês e português. Ao vê-la, ao escutar o eco misterioso daqueles versos, eu intuía ali uma força antiga. Talvez as flores dela não crescessem mais frescas nem com mais vigor, mas eu acreditava que sim.
Circula pelas redes sociais um estudo da Universidade de Liverpool segundo o qual a poesia é muito mais estimulante para o cérebro, e mais útil na resolução de problemas, do que a chamada literatura de autoajuda. Mesmo ignorando a legitimidade do documento em causa, acredito nas suas conclusões. Livros de autoajuda costumam ser — os menos ruins — simples compilações enfadonhas de lugares-comuns. A boa poesia surpreende, acende clarões no cérebro, provoca e desafia.
A poesia, é sempre bom lembrar, começou por ser uma especialidade da magia. Magos declamavam os seus versos para convocar espíritos, acordar remotas forças, criar acontecimentos através do verbo. A palavra vento era o próprio vento. O som que enche a palavra sombra encheria de penumbra o coração dos inimigos — e por aí afora.
Quase todos os meninos são poetas. Manoel de Barros confessou, em várias entrevistas, ter roubado versos prontos aos próprios filhos. Nada que surpreenda um pai ou uma mãe. Quem quer que tenha filhos pequenos conhece a experiência de redescobrir o brilho da língua através da poesia involuntária que os baixinhos praticam todos os dias. Infelizmente, o que a generalidade dos sistemas de ensino faz é tirar a poesia de dentro das crianças. Crescer é, assim, perder poesia. Talvez por isso temos tendência a adoecer à medida que nos afastamos da infância — e da poesia. Acredito que a exposição prolongada à poesia é suscetível de provocar alterações irreversíveis no espírito de qualquer pessoa. Crianças que crescem ouvindo dizer poesia correm o risco de nunca se transformarem inteiramente em adultos, ou, pelo menos, em adultos conformados (e doentes). Eventualmente, continuam sendo poetas a vida inteira.
As versões em português (portuguesa e brasileira) do livro de Susan Elderkin e Ella Berthoud devem chegar nos próximos meses às livrarias e serão distintas uma da outra, pois incluem receitas próprias, adaptadas às diferentes realidades nacionais. A tentação de prolongar o jogo é enorme. Cada um de nós pode criar o seu próprio receituário. Por exemplo, para prevenir e tratar a intolerância religiosa, epidemia em crescimento no Brasil, eu recomendaria Jorge Amado. Para escritores que estejam sofrendo um surto de bloqueio criativo, ao invés de “I capture the castle”, de Dodie Smith, proposto pelas inglesas, aconselho “O livro do desassossego”, de Bernardo Soares. Sei, por experiência própria, que funciona muito bem.


EXPERIÊNCIAS PESSOAIS BLOG TATA TURISMO: MINHA VIDA COMO PROFESSORA DE CURSOS DO SENAC


Caros amigos , através do Blog TATA Turismo compartilhamos as nossas experiências pessoais e damos dicas de programas imperdíveis!

Não poderia deixar de dividir o que me dá muito orgulho de realizar: meu trabalho como professora desde 2013.

Recordo os deliciosos momentos com meus alunos que me trazem grande satisfação e mais do que tudo me ensinam a ter humildade, paciência, generosidade e a acreditar num futuro melhor.

Não há nenhum caminho mais revolucionário e transformador que a educação! Não há futuro para a nossa civilização e para nenhum país que não passe pela educação! 

Eu acredito no trabalho como professora como a minha grande oportunidade de transcender e de fazer a diferença neste mundo, me aperfeiçoando a cada dia como pessoa e profissional.

Divido com todos os nossos visitantes do planeta TATA TURISMO essa experiência de ensinar e ser atravessada pela curiosidade e luminosidade dos olhos dos meus alunos.

Acrescento os versos do saudoso Rubem Alves que traduzem o que sinto com esse enorme presente, a doce missão de compartilhar conhecimento e me  " eternizar através dos olhos de quem aprende a ver o mundo pela magia das minhas palavras!" 
É disso que somos feitos de sonhos e emoções ! O pão e o sustento dão conta do corpo, mas a  nossa alma eterna se alimenta dos fios preciosos do amor e dos sentimentos.

" Ensinar 
é um exercício
de imortalidade.
De alguma forma
continuamos a viver
naqueles cujos olhos
aprenderam a ver o mundo 
pela magia da nossa palavra.
O professor, assim, não morre
jamais..."    Rubem Alves
 

Acompanhe as dicas da TATA TURISMO para o seu lazer e diversão!

Procure-nos

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sexta-feira, 19 de junho de 2015

CHORA O RIO



Hoje eu choro um Rio
Hoje o Rio chora

No Rio a paz é um mito
O apelo destoa na chuva da ignorância
Não me conformo e grito
A fé rasga as vestes da intolerância

Hoje a chuva chora um Rio
Hoje o choro não tem hora.

A chuva está tingida de sangue
O ódio se mistura ao ritual
Religião é a arma da gangue
Templos escondem o mal

Hoje eu choro um Rio
Hoje o Rio chora

Igrejas abrigam o louvor entorpecido
A hipocrisia e a violência não entram no céu
A chuva e o sangue inundam o Rio combalido
Deus não habita este Rio cruel

Hoje eu choro um Rio
Hoje o Rio chora
Hoje a chuva chora um Rio
Hoje o choro não tem hora.

Nathalia Leão Garcia 

Rio, 19 de junho de 2015. 


MEMÓRIAS DO SUBTERRÂNEO

  Talvez não me reste nada além de manter a mentira da felicidade fácil, das juras de amor mais deslavadas. Desavergonhada farsante. É...