sábado, 16 de março de 2013

NORMA




Minha alma clama por luz
Desesperada alma solitária
Depura os venenos
Expurga os pecados
Desaba pelos cantos
Perdida nos becos
Meus versos obscenos
Blasfemam, difamam
Incomodam, enganam.
Não confie no vento!
Não se fie no tempo!
Abandone as ilusões!
Nada pode te resgatar
das trevas da ignorância.
Pobre alma penada!
Grito abafado em nuvens.
O delicado som do trovão.
Destronando virtudes.
Devastando a esperança.
Sussurros de pavor,
Resistência rebelde.
Não se entrega!
Não se nega!
Apenas se debate contra as pedras. 
Pedras que teimam em obstruir
Caminho tortuoso 
Este obscuro objeto do desejo
Invejado, cultuado
que vira poeira de sonhos
Peço apenas paz
E que o pressentimento
aponte uma resposta
Nas suas linhas tortuosas
Derretam as geleiras!
Abram-se clareiras 
nesta mata fechada.
Mata selvagem sem cachorros.
Sobrevivo aos sobressaltos e soluços.
Travo batalhas homéricas!
Que o pressentimento
me aponte uma resposta
Nas suas linhas sinuosas
Vestindo a minha fragilidade
com o tecido da dor que me faz
guerreira dos olhos molhados.
Por toda a eternidade.

Para minha Mãe Norma 
In Memorium 

Nathalia Leão Garcia

Rio, 16 de Março de 2013

















Anna Bocek

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