Benditas palavras libertadoras
Que me salvam da insanidade.
Preservam a minha essência intacta
Entoando preces benfazejas.
Sinto-me inteiramente revelada.
Sou parte desses fragmentos.
Matéria abortada de mim.
Caminho trôpega na rota do etéreo
Passos despedaçados lamentos
Na minha
torre de marfim encarcerada
Intuo o
profundo mistério
Indeléveis
sonhos de carmim
Com gosto de cólera me beijas.
Com gosto de cólera me beijas.
Porque são
amargos os fins?
O ego se
esgota em si mesmo.
A ética
parece uma paisagem nua.
Não me deixo seduzir pelas luzes
Fugazes armadilhas a esmo.
Minha alma se esvai desperdiçada.
Desertos e realidade crua.
A lágrima que percorre meu rosto
Conhece as trilhas das rugas.
Não me permito me perder nas fugas!
Soterrada nos confins intocável
Pelas catacumbas marcadas pelas cruzes
Protejo o meu recôndito tosco..
Pudesse eu retomar as minhas próprias rédeas
E sobreviver à provocação da rua.
Mas sou um cavalo de fogo indomável.
Nathalia
Leão Garcia
Rio, 10 de agosto de 2013
Quadro “Angústia”, de David Alfaro Siqueiros
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