sexta-feira, 9 de agosto de 2013

LABIRINTO ESSENCIAL



Benditas palavras libertadoras
Que me salvam da insanidade.
Preservam a minha essência intacta
Entoando preces benfazejas.

Sinto-me inteiramente revelada.
Sou parte desses fragmentos.
Matéria abortada de mim.

Caminho trôpega na rota do etéreo
Passos despedaçados lamentos
Na minha torre de marfim encarcerada
Intuo o profundo mistério

Indeléveis sonhos de carmim
Com gosto de cólera me beijas.
Porque são amargos os fins?

O ego se esgota em si mesmo.
A ética parece uma paisagem nua.
Não me deixo seduzir pelas luzes
Fugazes armadilhas a esmo.

Minha alma se esvai desperdiçada.
Desertos e realidade crua.
A lágrima que percorre meu rosto
Conhece as trilhas das rugas.
Não me permito me perder nas fugas!

Soterrada nos confins intocável
Pelas catacumbas marcadas pelas cruzes
Protejo o meu recôndito tosco..

Pudesse eu retomar as minhas próprias rédeas
E sobreviver à provocação da rua.
Mas sou um cavalo de fogo indomável.

Nathalia Leão Garcia

Rio, 10 de agosto de 2013






















Quadro “Angústia”, de David Alfaro Siqueiros

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