No dia seguinte à votação na
Câmara dos Deputados em Brasília em que passou o processo de admissibilidade do Impeachment da Dilma, falo
da melancólica e patética posição de uma presidente acuada e isolada que
manifestamente é repudiada por todos e até pelos seus pares. O seu grande
mentor a abandonou. Esse abandono e repúdio se deve a postura deste desgoverno
de se dirigir somente aos que nela votaram ignorando e insultando a grande
maioria dos brasileiros que não são seus eleitores como eu. Quanto aos que nela
votaram, também foram brindados com mentiras e trapaças que resultaram na
descrença geral. Mantras repetidos à exaustão sobre bestialidades e absurdos
que rondam à insanidade! Coleções de desculpas e de culpados eleitos para assumir a responsabilidade pelo próprio fracasso. Chegamos ao cúmulo de uma estranha divisão do povo, muros plantados pelos ditadores bufos! A paga foi essa! Pobre de nós que precisamos da massa
de corruptos políticos para afiançar o processo de limpeza no poder! Na falta de heróis contamos com os vilões!
No dia seguinte, falo de
angústias que todos vivemos! Foi difícil passar o dia de ontem que parecia não
ter fim. Muitas ameaças e pressões para amedrontar quem se dispunha a participar
nas ruas que são nossas e não foram palco de confrontos e sim da livre
manifestação de um povo que compartilhou. Aqui no Rio pelo menos não houve
confronto. Vamos continuar partilhando igualmente o ônus e os danos das
escolhas já feitas.
No dia seguinte acredito
que somos maiores hoje porque aprendemos mais essa lição. Temos que conviver
com as diferenças e lutarmos juntos por um Brasil melhor que mereça seus
filhos! Estou rouca de gritar e cantar aos altos brados o hino nacional. O
nosso hino de liberdade que embalou os sonhos nas cores dos nossos desejos que
incluem verde, amarelo, azul, branco e vermelho da pluralidade. A democracia
tem muitos matizes, mas no fim o que
todos querem é um país mais inclusivo e unido para fazer o melhor! Queremos
trabalho, educação, saúde, crescimento econômico, segurança e direito à
cidadania.
No dia seguinte precisamos
pensar sobre este momento crítico político assumindo às nossas
responsabilidades e elevando o nível de discussão. Há muito que fazer ainda
para atingirmos respeito e cidadania na política. Ontem foi uma maratona,
torcemos e expurgamos o nosso repúdio a essa lama toda que encobre o Brasil.
Temos que assumir o comando das nossas vidas, é papel de todos nós
participarmos da sociedade! #ChegaDeDesrespeito
Nathalia
Leão Garcia
Rio, 18
de abril de 2016.
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