segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

MENSAGEM DE NATAL


Natal é tempo…
de olhar para o mundo, alimentar a chama do amor
e apreciar o milagre da vida.
É tempo de seguir com atenção
e humildade os passos dos Mestres
e os daqueles que têm coração simples e,
em gestos de ternura,
sintonizar mentes e aconchegar corações.

Natal é tempo…
de pensar no irmão próximo e distante
e de colaborar para o renascer do amor.
É tempo de, amorosamente, recompor a vida,
perdoar e abraçar, com a ternura
e a misericórdia do Coração de Deus,
os registros de nossa infância e dos anos que já vivemos.

Natal é tempo…
de se despir do que não não faz sentido
de se desapegar de coisas supérfluas.
é tempo de dar valor ao que realmente vale a pena
e de trocar emoções e carinhos, 
celebrar o dom maior da vida
e agradecer por tudo o que temos e por quem amamos.

Muita luz para abrir os nossos caminhos ...
Beijos!


sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

INDIZÍVEL REDEFINIÇÃO


A indizível confluência de quereres.. 
Os silêncios que traduzem a nossa alma .... 
O perfume das horas partilhadas se entranha ...
Cada ângulo do meu ser é atravessado pela dor.
Estar pobre e nu em meio ao deserto.
Não sou santa nem demônio
Equilibro-me na tênue linha divisória.
Imperfeições definem meus contornos fugazes.
Preciso fazer as pazes comigo mesma.
-- 
Nathalia Leão Garcia

Rio, 22 de dezembro de 2012




sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

INSANA IRREVERÊNCIA


O que nos salva da imobilidade é a ousadia.
O que nos absolve da covardia é a insanidade.
O que nos liberta da obviedade é a rebeldia.
O que nos preserva da ironia é a ingenuidade.
O que nos arranca da mediocridade é a irreverência.


Nathalia Leão Garcia 
Rio, 7 de dezembro de 2012.

Prometeu e o roubo do fogo - Rebeldia


quarta-feira, 28 de novembro de 2012

VESTÍGIOS



Nossos medos não resistem aos precipícios.
São estreitas as estradas que nos levam aos momentos felizes.
Terrenos agrestes e escarpados desta caminhada
nos ensinam  a confiar no vento que nos acena .
Os instintos nos guiam nessa jornada.
A poesia reveste o tecido delicado das emoções
traduzindo as marcas e vestígios
Arrebata-nos dos velhos porões.
Abre as janelas para a luz solar
que atravessa os dias
e denuncia a nossa humanidade.


Rio, 28 de novembro de 2012.
Nathalia Leão Garcia 



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A MITOLÓGICA REBELDIA




Sísifo e sua façanha:
enganou a morte sorrateira.
Sonhos, silêncios e suicídios.
Silabas, sussurros e soberba!
Inventou um meio de alongar seus dias!
Driblar Tânatos
impedindo o fim dos homens.
Provocou a ira de Zeus 
Por sua astúcia e rebeldia
frente aos desígnios divinos.
Como castigo tinha que carregar 
montanha acima eternamente 
a pedra que rolava novamente 
ao chegar ao topo.
Sísifo e Prometeu 
repartiram entre os mortais 
o poder de Deus!

Rio, 26 de novembro de 2012.
Nathalia Leão Garcia 



RODA VIVA


O convívio é o exercício do amor 
que se equilibra na corda bamba,
mas que tem jogo de cintura!
Capricha no luxo e samba!

Rio, 25 de novembro de 2012.
Nathalia Leão Garcia


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A LOUCURA NOSSA DE CADA DIA



Escrever para se auto preservar
reservar a dose de loucura
a impossibilidade de a cura alcançar.

Desatar nós
soltar os freios
Entregar aos devaneios.

Buscar o amor e aceitação.
Brincar com as teias e os véus.
Brindar ao vento, à dança.
À vida que na corda bamba se balança.

Rio, 23 de novembro de 2012.
Nathalia Leão Garcia 



sábado, 10 de novembro de 2012

MEMORIAL



Por que a dor pungente
aperta a vida da gente,
camufla-se em sombras,
sobras de sonhos mal sonhados?

Por que as brumas teimam e tatuam os dias,
encobrem a luz,  
escurecem o céu,
e deixam um gosto amargo de fel?

Por que falar da falta que ele faz,
se a palavra que calo é ambígua,
retaliada e escandalizada?

Por que o perfume que permeia a vida,
provoca uma sensação de repúdio,
pulveriza as paixões perversas,
estimula a febre e fere a sensatez?

Por que me troco a troco de nada,
se não te toco da urgência do toque,
se o que sinto sussurra no vento
o último sortilégio dos deuses?

Por que enquanto o mundo dorme,
meu uivo insano ecoa nos telhados
e promete a remissão dos pecados?

Que o fardo se torne ao menos suportável,
leve embora o cisma de vez
trazendo o alívio do abraço do amado.

Não sou mais do que a ausência das margens
de um rio que não é mais navegável.

Nathalia Leão Garcia 
Rio, 10 de novembro de 2012. 


sábado, 3 de novembro de 2012

EXPLOSIVA



Explode o vulcão desolado.
Contradições, aflições, compromissos, promessas, liberdade, amor.
Pedaços esfacelados de um peito dilacerado
O que a boca cala a poesia exorta, transborda. 
Alcança o âmago, pra além de qualquer fronteira. 
Dinamita a impotência dos dias sem esperança. 
Nas noites sem canção
Das mãos trêmulas e espalmadas. 
O ninho estéril, o vórtice do escuro. 
Reverbera a solidão.

Nathalia Leão Garcia


Rio, 03 de novembro de 2012


ABSOLVIÇÃO


Sou investida de poder desde o alto
para livrar-me da injusta tarefa de julgar.

Prefiro trocar afagos de alma
e trilhar os caminhos do agora
coados de frustrações,
de exigências impiedosas.

Não há nada para perdoar!
Somos almas perdidas
Nadando em círculos contra a correnteza

Náufragos que se agarram aos seus velhos medos.
Sobreviventes das lentes de aumento
do preconceito desalmado.

Minha compulsão é a mitomania
Sou viciada em mitificar, me iludir.
Sou uma coleção de idiossincrasias.

Miríade de sonhos,
Poeira cósmica de emoções.
Releitura de poemas adormecidos
nas manhãs ensolaradas.

Não me explico, nem me justifico.
Apenas peço que me aceite como sou!
Não me fatie!

Me engula inteira sem mastigar.
Seus dentes dilaceram meu frágil ser.

Este seu feroz desejo de classificar,
Triturar meus nervos,
Submeter-me à leis inexoráveis.

Sou um ser em mutação!
Processos e perdas.

Liberto-me dos casulos
Desapego-me das carapaças.
Não busco refúgios.
Exponho-me à visitação.


Nathalia Leão Garcia
Rio, 03 de novembro de 2012



sexta-feira, 2 de novembro de 2012

MALTRATADO PELA AGRESSÃO E VITORIOSO PELA SUPERAÇÃO - VITOR MARQUES




Sorrio e agradeço por ter conseguido sair vivo depois de ter chorado devido muitas dores. Entretanto, minha angústia ainda permanece por residirmos neste mundo da violência, do preconceito, da intolerância.
Após um coma, traumatismo e afundamento do crânio, hemorragias; chegou a minha hora de gritar. Manifestar-me para obtermos uma nação e um universo próspero e verdadeiramente desenvolvido.
Com apenas dezessete anos, fui vítima de uma tentativa de homicídio. Infelizmente não fui o único a enfrentar esta barbaridade. Fui mais uma vítima da violência urbana.
Relatei tudo que enfrentei através do livro Maltratado pela agressão e vitorioso pela superação, da editora Multifoco:
"[...] olhei à minha volta e vi muitas pessoas deitadas,
quase mortas - e eu ´desligado´ da realidade
ainda, achei que estivesse em um
purgatório, comecei a tentar acordar do
péssimo pesadelo, mas mão conseguia daí percebi
que aquilo que eu estava vivendo era
concreto [...]"



Vitor Marques 

 Rio, 02 de novembro de 2012




sábado, 20 de outubro de 2012

DESAFIO




Aos que fazem da arte a sua vida!

Aos que se entregam aos caprichos das palavras!

O dom da poesia nos tira dessa insanidade.

Nos livra da falta de sentimentos.

Nos permite bailar nos precipícios.

Nos equilibrarmos no tênue e frágil balanço da partida!

Desafiando a rotina

Bradando aos quatro ventos como menestréis

Desafiando a lei do silêncio

Elevando a voz sem preocupação com decibéis.

Viva aos que se expõe em carne viva!


Nathalia Leão Garcia 


Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2012



DEVANEIOS



Certos concertos nos desconcertam.
A ilusão da certeza vã.
Pra enganar a crueza vazia.
Pra quê disfarçar a tristeza?
Disfarça a tez pra aliviar a palidez.
Sorrateira a preguiça rouba os sonhos.
Buscar a felicidade demanda suor e esforço.
Sorrisos e lágrimas colorem meu rosto.
Proponho expor as veias e as vias.
Luto como mulher e filha da falta.


Nathalia Leão Garcia 


Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2012



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

HAICAIS



Amo o azul



Liberdade é azul




Os verões são crus.



Seresta desvairada

Incendeia entontece


Vagueia
a noite despe.


Os medos se medem 


Pelos gritos grávidos
 


Na noite nua 





A liberdade do não


A prisão do sim

A armadilha do talvez.




Nathalia Leão Garcia 



Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2012



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

ANJOS CAÍDOS


Casal sem asa.
Anjos caídos.
Amor não tem lógica.
Não obedece a teoremas. 
Pessoas desvitalizadas e empobrecidas
se fundem na personalidade do outro simbioticamente
Essas coleções de nós mesmos que nos habitam
nos emprestam elasticidade e vitalidade
É esse movimento individual dos que nos povoam 
que mantém nossa centelha acessa. 
Infantilizados ou adultecidos, 
Nuances da curiosa idade.
Amadores e desengonçados
Engatinhamos em busca de algo que nos defina.
Entre dramas e comédias 
nos equilibramos na corda bamba da vida.

Nathalia Leão Garcia 
Rio,12 de outubro de 2012. 




sábado, 6 de outubro de 2012

RÉQUIEM PARA UM AMOR FINITO



Quero publicar o meu despertar.
De hoje em diante, declaro-me livre do desespero!
Não aceito mais ser parte do seu entulho!
Não habito mais este navio fantasma!
Busco salvar-me deste naufrágio.
O barco das ilusões afundou.
Vou revelar que saí dos escombros indefiníveis.
Dispo as vestes da escuridão.
Reconheço a fragilidade.
Acolho a minha limitação.
Não há o que fazer!
Declaro que abandonei o que nunca foi meu.
A minha alma baila sobre os precipícios.
Desapego-me do incômodo estreito.
Deixo você na sua zona de conforto.
Sitiado pelo medo que te esconde da vida.
Legitimado pelas preocupações comezinhas.
Blindado na sua insensibilidade
Absolvido pela falta da condição de entrega.
Na ilusória sensação de estabilidade.
Observo o murundu onde você se esconde.
A metáfora perfeita para o que não tem valor.
Não tenho para onde ir.
Recuso-me a sucumbir à banalidade.
E volto a buscar a surpresa dos dias.
Não quero mais recolher estilhaços no caminho!
Guarda contigo as nossas melhores lembranças.
Quero de volta as brincadeiras de criança!
Deixo para ti a poesia que compus.
A linguagem que traduz meu desalinho.
Devolvo para ti as tuas mentiras.
Refaço o cenário para a dança!
Abrem-se as cortinas para a entrada da luz!


Nathalia Leão Garcia 
Rio, 06 de outubro de 2012. 


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

O SHOW E O SILÊNCIO



O espetáculo é agora
se revigora no inusitado
se entranha nos emaranhados
inéditos da vida,
e nos convida pra brincar.
A cantiga de roda anuncia
a urgência do beijo e do afeto.
A roda gigante conquista
e faz girar os desejos
que guardamos da infância.
Acreditamos na força do olhar
que nos absolve e redime
dos erros que cometemos
ao deixar voar o que é mais raro
sem verter as lágrimas ao nos despedir.

Nathalia Leão Garcia

Rio, 13 de setembro de 2012.


VASTOS SENTIDOS


Se eu pudesse te falar da sua sensibilidade
que tem a capacidade de me emocionar
Se eu pudesse te abrir meu coração
para deixar que me visse por dentro
sem os filtros dos rótulos.
Se eu pudesse te transmitir o meu pedido vão
sem os ruídos das tribos.
para que me acolhesse.
Se eu pudesse te falar com pureza
Das minhas fraquezas
e da beleza da minha canção.
Se eu pudesse sequestrar a angústia
trancafiá-la num porão sem fim
e jogar as chaves fora do alcance da alma.
Se eu pudesse ser amada com leveza
Ganhar um colo que me abrigasse
na doçura das horas esquecidas do tempo.

Nathalia Leão Garcia

Rio, 13 de setembro de 2012.




REMINISCÊNCIAS E ESCRIVIVÊNCIA

                 Carrego em mim a doce lembrança de minha avó materna que me criou. Ela partiu cedo desta vida, mas me deixou de herança s...