sábado, 14 de abril de 2012

SUBVERSIVA


Na vida só a mudança é certa.
Retas "dizem" : opção correta!
Porém prefiro errar 
Sigo em curvas 
Insidiosas e turvas
Tortuosos labirintos me atraem
Dispenso certezas enganosas
Vejo os sofismas que me traem
Insisto em tramas sinuosas 
Paraísos falsos me distraem
Mas eu sempre retorno aos infernos astrais
Há perigo em cada esquina
Saio sozinha e atravesso temporais  
O tênue equilíbrio me ensina
Perder o juízo e abrir os portais
Revelar incertezas e tramas da sina
A alma me guia por caminhos amorais
De janeiro a janeiro a estrela matutina
Deusa do amor e da beleza inspira nós mortais  
Oh Vênus me ilumina!
Doce,amargo,ácido e salgado: prazeres sensoriais 
Mente que prova a diversidade sem disciplina
Percorre distâncias abissais 
Bagunça,provoca sentidos e me inclina
É disso que vivo em buscas colossais 
Iludindo o tempo e a monotonia cretina
Prossigo em descompasso e rebeldia imortais 

Nathalia Leão Garcia 
Rio, 14/04/2012



4 comentários:

  1. Nathalia,
    "a monotonia cretina"...adorei a expressão.
    Estagnação, água parada, coração congelado, emoções sem sons, sem gemidos, sem grunhidos, seres não vividos.
    Visitou-me súbita vontade de ouvir, no mais alto volume, o texto de Paulo Pontes, na magnífica "Brasileiro. Profissão: esperança".
    Seu comentário é um hino à irresignação, é injeção de vida na veia, é um chamamento à mudança - existe dança mais envolvente que essa?

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  2. Inspirou-me à rebelião o seu grito de liberdade que se faz ouvir em ecos através da sua poesia e a passagem de Roger Waters( ex-Pink Floyd) pelo Brasil que canta seu brado de rebeldia "Another brick in the wall" . Quebre as regras,quebre o muro- esbraveja ele! A vida é muito mais do que seus limites.

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  3. Nathy, lindo poema!
    Cada vez que o leio
    percebo mais a sua profundidade.
    São águas revoltas;
    quem passa por ali
    tem as vestes rasgadas
    pela fúria do tempo
    que nos rodeia
    com sua matéria
    feita de poeira e espanto.
    Cada vez que meu barco
    singra aqueles mares,
    eu recupero o meu encanto
    e deponho minhas armas
    diante de um Universo
    imprevisível e calado!
    Beijos
    Marcelo

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  4. Amor, as águas que navegamos são rios caudalosos do amor que nós cultivamos.
    Enchente que encharca as terras e renova a vida.
    Beijos

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Namastê!

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