quinta-feira, 24 de maio de 2012

A DANÇA DO FOGO




É incrível como nos vendem a ideia
De que um casal tem uma evolução linear 
Sem levar em conta as diferenças individuais.  
Grande engano!  
Mantemos as próprias idiossincrasias
A nossa história pessoal. 
Nossas raízes são distintas 
As sementes possuem diferentes ingredientes
Estágios de crescimentos distintos.
Uma prazerosa oportunidade de crescimento
Pode ser proporcionada pelo relacionamento a dois. 
Pode doer às vezes, 
Mas a imagem refletida no espelho que o outro nos mostra, 
Reflete a nossa alma 
Nos empresta significado, 
É mágico!
É muito importante manter a personalidade única, 
Porém também é fundamental 
Fluir com o movimento, flexibilizar.
Pois as certezas nos encarceram. 
Ter plasticidade nos ajuda a suportar os embates. 
Precisamos aprender a desaprender
Estarmos abertos ao novo e ao outro.
É a dança que harmoniza os dois corpos
Num balé hipnotizante. 
Mantêm-se as individualidades, 
Encaixam-se sinuosamente 
As diferentes partes como num puzzle. 
Mas tudo se passa com a leveza das almas
Que se entregam às mudanças, 
Irrefutáveis, inevitáveis. 
Ambos se rendem ao ritmo cadenciado deste bailado
Assim ambos sintonizam a mesma estação, 
Sincronizam os sons.
Sentidos não conflitam.

Rio, 25 de maio de 2012.

Nahalia Leão Garcia 



5 comentários:

  1. Sentidos não conflitam, eles fitam. O estar a dois é tão intrigante quanto deslumbrante. Saudemos as diferenças. Desavenças não resultam inevitavelmente das desigualdades naturais. Linearidade? Nem pensar! É anárquico o traçado, é sinuoso. Almas e corpos ouvem os sinos e seguem o som, em busca do que é bom, do melhor tom.
    Lanço no ar a provocação de um novo blog, coletivo e individual, à feição dos casais:
    "liberdade.com"

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  2. Vivemos um tempo em que queremos soltar a nossa voz.
    Conjugar os verbos na primeira do plural é possível.
    Mesmo que haja um culto ao individual.
    Anarquicamente conviver com o coletivo.
    Liberdade e solidariedade
    Compaixão e desprendimento.
    Respeito as diferenças, atenção!
    Sem perder a ternura no olhar!

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  3. Seduz a ideia da provocação.
    Vários temas para lançar no ar.
    Discutir relações e suas levezas.
    O insustentável frágil viver.
    Sinos e hinos de liberdade.
    Soam vozes que entoam mantras
    Que nos igualam na busca do bom.
    O som dos risos dá o tom.
    Partilhar a generosidade.
    Porque as águas nos purificam
    Tanto as do rio quanto as do mar.

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  4. A vida não é linear.
    Seguimos trilhas, tempos, olhares.
    Vivemos histórias com neblinas e luares.
    Somos inteiros,
    intactos,
    na busca do que nos abrace de fato.
    Beijos
    Marcelo Ottoni

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  5. Viver na imaginação
    Escolha pela criatividade
    Viver na vida
    Escolha pelo gozo
    São paralelas as escolhas
    A primeira inclui sentir dor e frustração.
    A segunda pressupõe a inconsciência.
    Podemos optar por enxergar ou fingir.
    O quê fazemos com o que vemos?
    Todos em busca de aprovação.
    Viver é perigoso.
    Não há blindagem para a dor.
    O que nos resguarda da cegueira é a transgressão.
    Fingimento nos tira a emoção
    Cor-agem nos põe em cena.
    Companheiros este é o dilema:
    Cegueira ou consciência?

    Pra você meu abraço
    Com aceitação.
    Beijos de amor

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Namastê!

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